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sexta-feira, 22 de julho de 2011

Meus Bisavôs na Seca do Quinze


Meus bisavôs moravam em Mundáu, pequeno distrito de uma cidade chamada Uruburetama, no interior do Ceará. Lá viviam tranquilamente na roça, meu bisavô plantando e minha bisavó cuidando dos afazeres da casa, tinham ainda duas filhas que viviam a ajudá-los.
Meu bisavô homem esperto e corajoso sabendo que a seca estava para chegar juntou a família e partiram daquele lugar. Naquele tempo as coisas eram mais complicadas não havia tecnologia, o jeito era pôr o pé na estrada. Então partiram a pé deixando a pacata vida para trás. A seca era grande não tinha comida nem água, mas continuaram a andar com esperança de encontrar outro lugar onde houvesse comida e pássaros a cantar. Minha bisavó, mulher guerreira, estava com muita fome e sede quando avistou um xiquexique e o comeu dividindo-o com suas filhas que já não se aguentavam em pé de tanta fome, uma de suas filhas estava muito fraca e ao comer não resistiu, meus bisavôs se desesperaram, não sabiam mais o que fazer. Andaram até o sol nascer, de longe avistaram um lugar, uma cidadezinha chamada Riacho da Sela, nesse lugar se instalaram e sobreviveram à seca comendo xiquexique.

Após a seca continuaram morando nessa cidade, muitas coisas aconteceram e mudaram, tiveram mais filhos, netos e depois bisnetos... Até a cidade mudou de nome passou a se chamar Umirim, só o que nunca mudou foi o amor pela filha que ficou no meio do caminho e nunca foi esquecida.



                                                Daniela 

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